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Quem é Addison Rae, a ex-tiktoker que virou 'princesa do pop' com fortuna estimada em US$ 25 milhões

Addison Rae trocou as dancinhas por aclamação crítica e estreia disco elogiado

Addison Rae: tiktoker virou cantora  (Emma McIntyre / Equipe/Getty Images)

Addison Rae: tiktoker virou cantora (Emma McIntyre / Equipe/Getty Images)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 9 de junho de 2025 às 08h38.

Com apenas 24 anos, Addison Rae já acumula uma fortuna estimada em US$ 25 milhões. O valor é fruto de uma trajetória que começou em 2019 no TikTok, quando a então universitária da Louisiana State University decidiu abandonar o curso de radiodifusão para investir na fama conquistada por meio de coreografias virais.

Rae foi rapidamente alçada ao posto de estrela máxima da plataforma, tornando-se, em 2021, a TikToker mais bem paga do mundo. Seu conteúdo — focado em dancinhas, desafios e lip syncs — atraiu dezenas de milhões de seguidores e garantiu contratos com marcas como American Eagle, Reebok, L’Oréal e Spotify. Estima-se que ela ganhe até US$ 142 mil por post patrocinado nas redes.

A influência digital levou a contratos de atuação, o lançamento da marca de cosméticos Item Beauty e, mais recentemente, à transição mais improvável (e bem-sucedida) de sua carreira: de influenciadora para estrela do pop com aclamação crítica e respeito da indústria.

Do flop ao recomeço: o caso de “Obsessed”

A primeira tentativa de Addison Rae na música não foi promissora. Em março de 2021, lançou seu primeiro single, Obsessed, recebido com críticas pesadas. O público questionou sua legitimidade como cantora e o clipe se tornou símbolo de oportunismo digital.

O fracasso, no entanto, serviu como ponto de partida. Nos anos seguintes, Rae desapareceu do radar musical — mas não estava parada. Ela preparava, nos bastidores, uma reinvenção completa, estética e sonora.

Distanciamento estratégico do TikTok

A guinada começou pela mudança de comportamento nas redes. Rae ou a publicar com menos frequência no TikTok — a mesma plataforma que a consagrou. Em maio de 2025, publicou apenas 12 vídeos, todos com alta produção, voltados à promoção de seus clipes.

A tática era clara: deixar de ser a garota ível e constante para assumir a persona de artista reservada, misteriosa e autêntica.

“Agora ela está criando uma narrativa”, disse Tara Goodwin, especialista em comunicação estratégica, em entrevista ao Business Insider. A superexposição foi substituída por uma imagem mais seletiva e curada, que reforça o amadurecimento da artista.

Aprovação dos nomes certos

Em 2023, Rae retornou à música com o EP AR, agora com o selo informal de aprovação de figuras cultuadas do pop alternativo. Charli XCX, uma das vozes mais respeitadas da cena experimental, colaborou na faixa 2 Die 4 e convidou Rae para participar da turnê do disco Brat, incluindo apresentações no Madison Square Garden e no Coachella.

A conexão com Charli serviu como ponte para outros nomes de peso: Rae ou a ser observada — e celebrada — por artistas como Rosalía, Lorde e Lana Del Rey.

“Se a Charli vê algo nela, isso significa algo para mim”, disse o crítico DJ Louie XIV ao BI. O novo ciclo não só garantiu respeitabilidade artística, como conferiu a Rae um status de it girl pop.

Moda como ferramenta de transformação

A imagem de Rae também foi reinventada com a ajuda da moda. Sob direção criativa de Dara Allen (revista Interview), Rae abandonou os moletons de Brandy Melville e ou a investir em visuais teatrais e cinematográficos — como a lingerie branca usada no tapete vermelho do VMA 2024, descrita pela Vogue como “Swan Lake encontra showgirl de Las Vegas”.

Suas aparições públicas aram a evocar personagens, histórias e sensações — e não apenas seguir tendências. Em vez de copiar visuais nostálgicos, Rae os reinterpreta, criando versões novas de sentimentos antigos.

Um exemplo: o look sereia que usou no CFDA Awards e o single Aquamarine foram inspirados no filme adolescente de 2006, não por sua trama, mas pela emoção que provocava na infância.

Estreia oficial no pop: o álbum “Addison”

O primeiro álbum completo, Addison, lançado em 6 de junho, marca o ápice da reestruturação da artista. Com referências sonoras que vão de Madonna e Björk a Britney Spears e Lana Del Rey, o disco transita entre o retrô e o etéreo, sem se apegar a hits fáceis.

O single “Diet Pepsi” alcançou a 54ª posição na Billboard Hot 100 e recebeu certificado de ouro, consolidando Rae como presença viável no mercado — mesmo sem o apoio do grande público tradicional.

Mais que números, a recepção foi calorosa entre críticos e fãs de nicho. O Pitchfork afirmou que Addison "alcançou algo mais raro que o sucesso: o cool".

Um império multimídia em expansão

O braço musical é apenas uma parte do império de Rae. Ela também atua em produções da Netflix, como He’s All That e Thanksgiving, com acordos estimados em mais de US$ 2 milhões. As redes sociais continuam rendendo alto: entre Instagram, TikTok e YouTube, sua renda mensal pode chegar a US$ 547 mil, segundo estimativas de mercado.

Ela também é cofundadora das marcas de beleza Item Beauty e AF Collection, que complementam sua presença nas áreas de moda e lifestyle.

No ado, bastava um balcão de lanchonete para ser “descoberto” em Hollywood. No caso de Addison Rae, o balcão foi o TikTok — mas sua permanência dependeu de uma habilidade que nem todo influenciador desenvolve: visão de longo prazo.

“Tudo que ela faz agora — música, imagem, postura — é o que vai definir sua história”, conclui Andréasson. “O TikTok? Vai ser só um parágrafo no início da biografia.”

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