Filha, hoje com 48 anos e médica na Europa, guardou 17 volumes dos diários pessoais do cantor, compartilhados agora em livro inédito
Redação Exame Publicado em 24 de maio de 2025 às 12h45.
Freddie Mercury, vocalista do Queen, teve uma filha secreta. Ao menos é o que revela a nova biografia do cantor, intitulada Love, Freddie.
Segundo a obra, a criança foi concebida em 1976 durante um caso com a esposa de um amigo próximo, numa gravidez não planejada, e Mercury manteve uma ligação afetiva próxima até sua morte, em 1991.
A mulher, identificada apenas pela inicial B, tem hoje 48 anos e atua como médica na Europa.
Durante anos, ela manteve em segredo 17 volumes dos diários pessoais do cantor, documentos que registram momentos fundamentais de sua vida e que agora foram compartilhados com a biógrafa Lesley-Ann Jones para compor o livro inédito.
Em uma carta manuscrita, incluída na biografia, B descreve sua relação com Mercury como profunda e afetuosa. “ Freddie Mercury foi e é meu pai. Tivemos uma relação muito próxima e amorosa desde o momento em que nasci e durante os últimos 15 anos de sua vida. Ele me adorava e era dedicado a mim", disse ela.
Apesar das circunstâncias incomuns de seu nascimento, a filha enfatiza que o comprometimento do artista nunca esteve em dúvida.
A identidade de B e sua existência foram mantidas sob sigilo absoluto, conhecida apenas pelos amigos e familiares mais próximos do cantor.
O livro apresenta também os diários de Mercury, iniciados em 20 de junho de 1976, logo após o lançamento do single You’re My Best Friend. Neles, o artista detalha sua infância em Zanzibar, seu nome original Farrokh Bulsara, a educação em uma escola britânica na Índia e a mudança da família para Londres após a revolução que ocorreu em 1964.
O último registro dos diários data de 31 de julho de 1991, quando a saúde do cantor já estava fragilizada em decorrência da broncopneumonia provocada pela Aids, doença que causou sua morte aos 45 anos.
B revela no livro que escolheu contar sua história após mais de 30 anos em que segredos, especulações e boatos dominaram o discurso público. “Depois de mais de trinta anos de mentiras, especulações e distorções, é hora de deixar Freddie falar. Aqueles que conheciam minha existência mantiveram seu maior segredo por lealdade a ele. A decisão de me revelar é minha, e não fui coagida a isso.”
A biógrafa Lesley-Ann Jones, que acompanhou a elaboração da obra, afirmou ao The Guardian que só começou a acreditar na história após anos de trabalho e investigação. “Conheci B há três anos e inicialmente duvidei, pois é uma história difícil de aceitar. Mas estou absolutamente certa de que ela não é uma fantasiosa. Ninguém conseguiria forjar tudo isso, e por que ela trabalharia comigo por três anos e meio sem pedir nada?”, disse Jones.