Elon Musk: bilionário apagou postagens em que insinuava ligação de Trump com Jeffrey Epstein. (Chip Somodevilla/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 7 de junho de 2025 às 12h55.
O homem mais rico do mundo, Elon Musk, apagou de sua rede social neste sábado a publicação em que acusava o presidente dos EUA, Donald Trump, de ligação com o multimilionário Jeffrey Epstein, que se enforcou em uma prisão federal de Nova York em 2019, quando era acusado de tráfico sexual. A publicação havia sido feita por Musk em meio à troca de farpas com Trump na quinta-feira, quando os agora ex-aliados trocaram acusações em um rompimento público.
"Hora de soltar a bomba de verdade: [Trump] está nos arquivos de Epstein", escreveu Musk em seu perfil na rede social X, onde tem mais de 220 milhões de seguidores. "Essa é a verdadeira razão pela qual eles não foram tornados públicos".
O governo Trump reconheceu que está revisando dezenas de milhares de documentos, material investigativo e vídeos que, segundo o movimento político do presidente, "Make America Great Again" ("Faça a América Grande de Novo", em tradução livre) desmascararão figuras públicas cúmplices dos crimes de Epstein.
Trump foi citado em uma série de depoimentos e declarações ligados a Epstein que foram revelados por um juiz de Nova York no início de 2024. Mas o simples fato de ser mencionado em tais arquivos não significa necessariamente muita coisa: arquivos de casos criminais frequentemente contêm identidades de vítimas, além dos nomes de testemunhas e outras pessoas inocentes que tiveram contato com suspeitos ou com evidências. O presidente não foi acusado de qualquer irregularidade no âmbito da investigação.
Musk não apresentou qualquer prova. Inicialmente, o bilionário reforçou a insinuação, escrevendo em uma mensagem subsequente: "Marque esta publicação para o futuro. A verdade virá à tona". Contudo, ele aparentemente apagou os dois tuítes na manhã deste sábado.
Apoiadores da ala conspiratória da base de Trump alegam que os associados de Epstein tiveram seus papéis em seus crimes encobertos por funcionários do governo e outras figuras poderosas. Eles apontam o dedo para democratas e celebridades de Hollywood, mas não para o próprio Trump. Nenhuma fonte oficial jamais confirmou que o presidente apareça em qualquer material ainda não divulgado.
Trump e Epstein conheciam-se e socializavam juntos ao longo dos anos. Ambos eram figuras constantes nos círculos sociais da elite em Nova York e na Flórida, onde foram vizinhos. Em uma entrevista de 2002 à revista New York, Trump disse conhecer Epstein havia 15 anos, chamando-o de um “cara fantástico” que era “muito divertido de se estar por perto”.
"Um cara incrível", disse Trump à publicação. "Ele é muito divertido de conviver. Dizem até que ele gosta de mulheres bonitas tanto quanto eu, e muitas delas são mais jovens".
Em 2019, após Epstein ser preso novamente, o presidente se distanciou, afirmando: "Eu o conhecia como todo mundo em Palm Beach o conhecia. Acho que não falo com ele há 15 anos. Nunca fui fã".
Trump também negou ter ado tempo em Little Saint James, o reduto privado de Epstein nas Ilhas Virgens Americanas para onde promotores alegaram que o milionário traficava meninas menores de idade para fins sexuais.
(Com AFP e NYT)