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Tarifas sobre o aço, Livro Bege do Fed e reprovação de Lula: o que move o mercado

A pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta manhã aponta a maior desaprovação ao governo Lula desde o início do terceiro mandato

Publicado em 4 de junho de 2025 às 07h44.

Última atualização em 4 de junho de 2025 às 07h50.

Os investidores iniciam esta quarta-feira, 4, atentos à nova escalada protecionista dos Estados Unidos. O presidente Donald Trump assinou, após o fechamento dos mercados na terça-feira, um decreto que dobra as tarifas sobre as importações de aço e alumínio, de 25% para 50%, a partir de hoje.

A medida reacende as tensões comerciais com a China. Trump afirmou que é “extremamente difícil” fechar um acordo com o presidente chinês, Xi Jinping, enquanto rumores sobre uma possível conversa entre os dois líderes seguem sem confirmação oficial.

Além da China, os principais atingidos pela nova tarifa incluem Canadá, México, Brasil e Coreia do Sul, os maiores exportadores de aço para os EUA. Os europeus também serão impactados, especialmente Alemanha, Itália, Suécia e Holanda.

O Reino Unido, por sua vez, recebeu um alívio temporário: continuará sujeito à tarifa de 25%, enquanto avançam os trâmites de um acordo econômico assinado com os EUA no dia 8 de maio. Segundo Trump, o Reino Unido merece "tratamento diferente" em relação aos demais países europeus.

Apesar da retórica mais agressiva, há sinais de progresso em outras frentes. O comissário europeu de Comércio, Maros Sefcovic, afirmou nesta quarta-feira que as negociações com os EUA estão “avançando na direção certa e em bom ritmo”. A declaração foi feita após um encontro com o representante comercial americano, Jamieson Greer, durante o Conselho Ministerial da OCDE, em Paris.

No radar hoje

Nos EUA, o foco dos investidores se volta hoje para a divulgação do Livro Bege do Federal Reserve, às 15h. O documento será o primeiro desde o chamado Liberation Day, em 2 de abril, data em que Trump anunciou as tarifas recíprocas, e deve lançar luz sobre os impactos econômicos da medida.

Durante a manhã, a agenda americana traz indicadores importantes, como o relatório de empregos da ADP (9h15), os PMIs de serviços da S&P Global (10h40) e do ISM (11h00), além dos estoques semanais de petróleo do Departamento de Energia (11h30).

No Brasil, o dia é mais esvaziado em dados econômicos, mas o mercado está mais tranquilo após o governo chegar a um acordo com o Congresso para resolver o ime em torno do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que medidas alternativas serão apresentadas aos líderes partidários no domingo, 8, antes de serem formalmente enviadas ao Congresso.

No campo político, a pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta manhã aponta a maior desaprovação ao governo Lula desde o início do terceiro mandato: 57% dos entrevistados reprovam a gestão petista, ante 56% em março. A aprovação caiu de 41% para 40%. As variações estão dentro da margem de erro, de dois pontos percentuais. Desde janeiro, a desaprovação cresceu 8 pontos, enquanto a aprovação recuou 7.

Na frente corporativa, a área técnica do Cade recomendou a aprovação, sem restrições, da fusão entre Marfrig e BRF. Se nenhum conselheiro apresentar objeção em até 15 dias, a operação será considerada aprovada em definitivo.

Entre os eventos do dia, destaque para o lançamento do Pix Automático, às 9h30, em São Paulo, pelo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo. No mesmo horário, Raphael Bostic, dirigente do Fed, faz discurso nos EUA.

Às 10h30, o BC realiza dois leilões de linha, e às 10h45, o Banco Central do Canadá divulga sua decisão de política monetária. O fluxo cambial semanal sai às 14h30. Na Ásia, o PMI composto da China será divulgado às 22h45.

Mercados internacionais

Os mercados da Ásia avançaram na quarta-feira, impulsionados pela alta das ações de tecnologia em Wall Street, com destaque para a fabricante de chips Nvidia, que subiu quase 3%. Na Coreia do Sul, as ações reagiram positivamente à vitória do líder da oposição, Lee Jae-myung, nas eleições presidenciais, com o índice Kospi atingindo o maior nível desde agosto do ano ado.

O índice CSI 300 da China subiu 0,43%, enquanto o Hang Seng, de Hong Kong, avançou 0,6%. No Japão, o índice Nikkei 225 encerrou o dia com alta de 0,8%, e a Austrália também registrou ganhos, com o S&P/ASX 200 subindo 0,89%, apesar do crescimento econômico do primeiro trimestre ter ficado abaixo das expectativas.

Na Europa, por volta das 7h30, as ações operavam em alta, apesar da entrada em vigor da tarifa de 50% de Trump sobre o aço. O Stoxx 600 avançava 0,47%, com o Dax da Alemanha liderando os ganhos, subindo 0,64%. O francês CAC 40 subia 0,63%, enquanto o britânico FTSE 100 registrava alta mais moderada, de 0,19%.

Nos Estados Unidos, os futuros dos principais índices também registravam leve alta. O Dow Jones avançava 0,1%, o Nasdaq subia 0,09% e o S&P 500 tinha ganhos de 0,14%

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