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Editor do Future of Money
Publicado em 5 de junho de 2025 às 15h50.
Última atualização em 5 de junho de 2025 às 16h04.
Quatro anos depois de lançar o Ambify, uma versão tokenizada de créditos de carbono, a Ambipar vai lançar em junho um novo token no segmento, o AMBI, que terá como foco os investimentos corporativos. O projeto é fruto de uma parceria com a B3 Digitas, braço da empresa focado no mercado cripto.
Em entrevista exclusiva à EXAME durante o TokenNation 2025, João Valente, líder de ativos digitais da Ambipar, explicou que o projeto mantém a essência do Ambify, usando a tecnologia blockchain como forma de dar rastreabilidade e transparência para os créditos de carbono, incluindo as ações de compensação ambiental ligadas aos créditos.
"O foco da diretoria de ativos digitais é propagar a segurança da criptoeconomia dentro de um ambiente que ainda não está sendo explorado, trazendo segurança. Independentemente do projeto que for, o foco está em disseminar a criptoeconomia como uma perna encorajadora para segurança e rastreabilidade", destacou.
Segundo Valente, a Ambipar tem diversos projetos em desenvolvimento envolvendo a tecnologia blockchain. O Ambify é o principal, enquanto o AMBI será disponibilizado na plataforma da B3 Digitas. O novo token vai reunir um total de 1 tonelada em compensação de emissões de carbono, resultando no foco corporativo para investimento.
A empresa conta, ainda, com projetos envolvendo NFTs (tokens não fungíveis) e metaverso. Um dos focos da área no momento é desenvolver parcerias envolvendo ativos digitais, engajando "no movimento da economia da sustentabilidade, seguindo a parte regulatória".
Valente acredita que a evolução do Ambify desde o lançamento do token envolve um esforço para "preencher as lacunas de tokenização", com a empresa reforçando o entendimento de que o ativo é um utility token (“token de utilidade”), algo essencial para "poder dar uma atratividade, um engajamento voltando para os tokens verdes".
"É algo que faz parte do ecossistema cripto, da nova criptoeconomia", ressalta. Valente afirma que o projeto tem tido um "engajamento fantástico e parcerias muito boas", enquanto busca acompanhar as próprias evoluções na regulamentação de criptomoedas e do mercado de créditos de carbono.
"A lei de criptoativos tem avançado um pouco mais rápido por conta de uma macroeconomia que está girando em torno do assunto, o assunto da sustentabilidade, ESG, também vem nesses os, com um grande apetite de regulação, de normatização, mas tem alguns pontos muito específicos para tratar", comenta.
Mesmo assim, ele considera que a demora para o estabelecimento de um marco regulatório para os créditos de carbono é natural, e até bem-vindo. "Olhando o histórico, estamos em um tempo normal. Todos os mercados regulados obtiveram essa regulação no mesmo tempo de espera, é algo eminente, mas está no tempo certo, com um bom caminho".
Além das evoluções regulatórias, Valente destaca um esforço para acompanhar as próprias novidades no mundo cripto. Uma delas é a preocupação crescente com aspectos ambientais, em especial o impacto dos projetos blockchain ao usar fontes de energia. O Ambify foi criado na rede BNB exatamente pela avaliação de que ela oferecia a melhor escalabilidade e com um impacto ambiental pequeno.
"Nós vemos o mercado cripto preocupado com sustentabilidade, mas também com a limitação de recursos naturais, por isso as fontes renováveis são tão importantes, incluindo para a mineração das criptomoedas. Isso envolve soluções que estão sendo criadas por esse mercado à margem, com novas camadas de validação, e o foco é economizar o gasto na rede", diz
Valente afirma que, para a Ambipar, a questão é uma "preocupação inerente". Mesmo com as novidades no setor, a empresa mantém a avaliação de que o BNB é um "blockchain que ainda dá para considerar como mais sustentável que outros protocolos. Mas se surgirem outros mais escaláveis, e com o mesmo teor de sustentabilidade, podemos fazer bridges [conexões]".
A análise converge com outra tendência do mercado cripto: a necessidade de tokens poderem ser emitidos e movimentados em diferentes blockchain. No caso da Ambipar, o tema já foi abordado no desenvolvimento do Ambify.
Valente considera que "sempre tem evoluções dentro do projeto, mas hoje não identificamos problemas exatamente pelas lacunas fechadas. O que vemos são oportunidades para agregar o token em várias frentes. Colocar em sistemas intercambiáveis, parcerias com transportadoras, companhias aéreas, e aproveitar a capilaridade para a distribuição. O propósito é sempre redução das emissões".
O executivo vê ainda uma evolução nas próprias empresas e na visão sobre criptomoedas. "A entrada está muito mais fácil. Não era só cripto e blockchain, créditos de carbono também era um assunto mais complicado. Hoje, vejo uma facilidade maior, uma capacidade de ver blockchain no dia a dia. É como se fosse uma evangelização que está dando certo".
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