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Pela primeira vez no Brasil, a 30º Conferência de Mudanças Climáticas da ONU (COP30) acontece no coração da Amazônia, em Belém do Pará (Getty Images)
Repórter de ESG
Publicado em 6 de junho de 2025 às 12h43.
Última atualização em 6 de junho de 2025 às 14h41.
A poucos meses da COP30, a World Climate Foundation (WCF) anunciou o lançamento de um hub global de investimentos em Belém do Pará, visando preencher a lacuna rumo a uma economia de baixo carbono.
Conhecida como a "COP das empresas e investidores", a organização global voltada para a colaboração intersetorial atua há 15 anos nas Conferências do Clima (COPs) e tem como principal objetivo catalisar e alocar recursos em projetos verdes.
A grande expectativa desta edição da COP no Brasil é de implementação e avanço no financiamento climático de US$ 1,3 trilhão necessários para os países mais vulneráveis lidarem com os efeitos severos da crise do clima.
Flora Bitancourt, líder da WCF no Brasil, destaca que o país tem uma oportunidade única e que a COP30 será uma vitrine para o mundo.
"Em um momento tão importante para a efetividade da agenda 2030, a qualidade das frentes em prol de uma coalizão é o que permitirá que os atores combinem recursos e influências, ampliando a capacidade de ação para a transição climática, natureza e biodiversidade", disse a executiva em evento do Brazil Climate Investment Week na quinta-feira, 5, em São Paulo, dia em que também foi comemorado o Dia Mundial do Meio Ambiente.
O hub batizado de "Investment COP" é desenvolvido em parceria com a Converge Capital e se propõe a reunir instituições financeiras, investidores, organizações filantrópicas globais e alianças brasileiras e internacionais durante a programação da COP30, de 10 a 21 de novembro de 2025.
Marina Cançado, CEO da Converge Capital, destacou a mudança de perspectiva do setor e disse que o momento é de inflexão. "Os setores empresarial e financeiro conseguiram visualizar as oportunidades de geração de valor que a transição da economia para modelos mais resilientes. A hora é de implementação e as conversas já estão mudando para como fazer, com que estruturas financeiras, como viabilizar", destacou durante o Brazil Climate Investment Week.
Segundo a executiva, essa mudança está alinhada ao espírito da COP30, cujo sucesso dependerá em grande parte da mobilização de capital no contexto do "Roap de Baku para Belém".
Como parceiros do hub, estão o Instituto Clima e Sociedade (iCS), a Bolsa de Valores do Brasil (B3), a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) e a Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCap).
A WWC também terá duas outras iniciativas para o maior evento de combate à crise climática do mundo em novembro. Entre elas está um pavilhão na Blue Zone, também junto ao Instituto Clima e Sociedade (iCS) e destinado ao acompanhamento das negociações oficiais entre os países e chefes de estado.
Outro evento paralelo será a 16ª edição do World Climate Summit, que reunirá executivos de alto escalão de empresas globais para discutir ações de descarbonização voltadas para o cumprimento efetivo das metas do Acordo do Paris — que completa dez anos em 2025.
Jens Nielsen, CEO da World Climate Foundation e economista com experiência em articulações intersetoriais nas COPs, destacou a importância do momento atual.
"Estamos em um ano decisivo para o cumprimento de metas de emissão e a expectativa é de que a COP30 seja o ponto de virada para a implementação do Acordo de Paris. Cada parte deve avançar em suas responsabilidades: quem tem os recursos, quem tem as soluções e quem tem o poder decisório", afirmou.
Mirando a COP30, algumas empresas já firmaram parceria com a WCF: BTG Pactual, Pátria Investimentos, Grupo Boticário, Vale, Coca-Cola América Latina, Ecomunica, Aya Earth, Ambipar e Heineken Spin.