Renúncias fiscais: governo avalia alternativas ao aumento do IOF (Ton Molina/NurPhoto/Getty Images)
Publicado em 8 de junho de 2025 às 17h19.
Última atualização em 8 de junho de 2025 às 20h50.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deve se reunir neste domingo, 8, às 18h, com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) e demais líderes partidários para apresentar alternativas ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
O encontro deve ocorrer na Residência Oficial da presidência da Câmara.
A reunião foi definida com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e tem como objetivo responder ao prazo dado por Motta: até 10 de junho o governo deve apresentar um conjunto de propostas estruturantes para evitar a votação de um projeto que revoga o decreto do IOF.
Entre as propostas debatidas pela equipe econômica estão:
Revisão de benefícios tributários, estimados em R$ 800 bilhões para 2025;
Trava no percentual de complementação da União ao Fundeb, que atualmente é de 21%;
Leilão de excedentes de petróleo;
Controle no crescimento do Benefício de Prestação Continuada (BPC);
Uso de dividendos do BNDES;
Revisão das regras de crescimento mínimo para saúde e educação, alinhadas ao novo arcabouço fiscal.
Segundo o deputado Pedro Lucas Fernandes (União Brasil-MA), líder do partido na Câmara, o objetivo é manter o compromisso com o equilíbrio fiscal e responsabilidade social, sem aumento de impostos.
O valor estimado de renúncias fiscais se tornou público após a criação da Declaração de Incentivos, Renúncias, Benefícios e Imunidades de Natureza Tributária (Dirbi) pela Receita Federal, em 2024. O mecanismo obriga empresas a informarem o quanto usufruem de incentivos fiscais.
De acordo com técnicos da Fazenda, esses valores estão subestimados no orçamento de 2025. A equipe econômica avalia a redução desses incentivos, mas reconhece a resistência de setores beneficiados, com forte influência no Congresso.
O governo pretende enviar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para alterar a regra de complementação da União ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).
Desde 2021, a complementação cresceu de 10% para 21% em 2025, com previsão de aumento para 23% em 2026.
A proposta da equipe econômica é estabelecer um teto, impedindo novos aumentos. A regra atual foi aprovada durante o governo Jair Bolsonaro.