Nova regra já está em vigor e vale para trabalhadores com carteira assinada; medida acompanha portabilidade e renegociação de contratos
Agência de notícias
Publicado em 10 de junho de 2025 às 20h28.
Trabalhadores com carteira assinada podem unificar até nove contratos de crédito em um único empréstimo consignado, segundo o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
A medida, que entrou em vigor na última sexta-feira, faz parte das novas regras que também liberam a portabilidade de consignados entre bancos e a renegociação de dívidas existentes.
A consolidação de dívidas permite, por exemplo, que o trabalhador reúna empréstimos consignados e créditos pessoais (como CDCs) em uma única operação de consignado, com desconto direto em folha, desde que o valor total das parcelas respeite o limite de 35% do salário líquido.
Apesar da possibilidade de unificação de até nove contratos, a regra do programa continua permitindo apenas um contrato de empréstimo consignado ativo por vínculo empregatício.
A Dataprev, responsável pela tecnologia do sistema, confirmou a liberação da funcionalidade de multicontratos a partir do dia 6 de junho, após a publicação da Portaria MTE nº 933. Segundo a estatal, a mudança tem como principal finalidade permitir a migração de trabalhadores com mais de um empréstimo ativo, que não conseguiam consolidar as dívidas anteriormente.
"A questão da quantidade permitida é apenas um parâmetro que tomou como base outras operações de empréstimos consignados e que permitiria migrar a maioria absoluta das carteiras de crédito existentes", informou a Dataprev.
A estimativa do governo é que existam cerca de 3,8 milhões de contratos antigos de crédito consignado no setor privado, que somam aproximadamente R$ 40 bilhões. Com a portabilidade e a possibilidade de unificação de dívidas, o objetivo é estimular a concorrência entre bancos e permitir que trabalhadores encontrem condições mais vantajosas de empréstimo.
A expectativa é que o novo modelo, chamado de Crédito do Trabalhador, possa ampliar o o ao crédito para os 46 milhões de brasileiros com carteira assinada, antes limitados aos empregados de empresas com convênios com instituições financeiras.