Itamaraty publicou nota condenando "nos mais fortes termos" a aprovação de 22 novos assentamentos israelenses na Palestina e disse que movimento contraria direito internacional
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Publicado em 1 de junho de 2025 às 13h37.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar a postura de Israel e o conflito em Gaza, ao qual classificou como "genocídio". Em evento do PSB neste domingo, o petista falou especificamente da aprovação de 22 novos assentamentos israelenses na Cisjordânia, território que pertence aos palestinos. Mais cedo, o Itamaraty publicou uma nota condenando "nos mais fortes termos" o anúncio feito pelo governo de Israel, que, na visão do governo brasileiro, "constitui flagrante ilegalidade".

— Essa guerra nem o povo judeu quer. A maioria do povo judeu não concorda com essa guerra. É uma vingança de um governo com a possibilidade de criação do Estado Palestino. O que estamos vendo não é a guerra de dois exércitos. É um exército totalmente profissional matando mulheres e crianças na faixa de Gaza. Não é uma guerra, é um genocídio — disse Lula no evento que elegeu o prefeito de Recife, João Campos, como novo presidente do PSB.

A nota divulgada pelo Ministério de Relações Exteriores foi mencionada por Lula em seu discurso. Segundo o Itamaraty, o novo movimento do governo israelense contraria o direito internacional e menciona o parecer consultivo da Corte Internacional de Justiça de 19 de julho de 2024, que "considerou ilícita a contínua presença de Israel no território palestino ocupado e concluiu ter esse país a obrigação de cessar, imediatamente, quaisquer novas atividades em assentamentos e de evacuar todos os seus moradores daquele território".

"O Brasil repudia as recorrentes medidas unilaterais tomadas pelo governo israelense, que, ao imporem situação equivalente a anexação do território palestino ocupado, comprometem a implementação da solução de dois Estados", diz a nota.

Lula aproveitou sua fala para citar ainda a Guerra da Ucrânia e seus pedidos ao presidente russo, Vladimir Putin, que se engaje numa solução para colocar fim ao conflito.

— Falei para o Putin de que é importante que parem essa guerra. Disse para Putin, voltando da China, que tinha de ir a Istambul para fazer negociação. A gente não quer guerra. O mundo está precisando de paz, de harmonia. O papel do Brasil nesse instante é tentar evitar mais guerras. É o momento com mais conflitos desde a Segunda Guerra. O que promove isso: a fragilidade da ONU. Se os membros do Conselho de Segurança da ONU não se respeitam, a ONU perdeu representatividade. Por isso, que estamos lutando para mudar os membros do Conselho de Segurança — afirmou Lula.

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