Depoimentos marcam início de nova etapa do julgamento dos envolvidos na trama golpista
Jair Bolsonaro, durante julgamento de trama golpista no Supremo (Gustavo Moreno/STF)
Agência de notícias
Publicado em 9 de junho de 2025 às 08h51.
Os interrogatórios do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros integrantes do núcleo crucial da trama golpista terão início nesta segunda-feira, 9, pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF).
A nova fase do julgamento acontece após terem sido ouvidas testemunhas indicadas pela Procuradoria-Geral da República e pelas defesas dos acusados.
Os depoimentos ocorrerão de forma presencial na Corte, com exceção de Braga Netto, que será ouvido em videoconferência por estar preso preventivamente desde dezembro, no Rio de Janeiro.
As falas serão transmitidas ao vivo pela TV Justiça e pelo canal do YouTube do Supremo e terão início a partir das 14h desta segunda-feira. Caso os interrogatórios não sejam concluídos no primeiro dia, outras quatro sessões também foram marcadas para acontecerem nas seguintes datas: 10/06 às 9h; 11/06 às 8h; 12/06 às 9h e 13/6 às 9h.
Os interrogatórios terão início com o depoimento de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que será ouvido primeiro por ter colaborado através do acordo de delação premiada. Na sequência, serão ouvidos os demais réus em ordem alfabética:
Assim como no julgamento das denúncias no início deste ano, o PT também foi autorizado pelo STF a transmitir ao vivo as audiências pelo canal de comunicação oficial do partido, a TvPT.
Em março, a Primeira Turma aceitou uma denúncia feita pela República (PGR) e tornou réus Bolsonaro e outras sete pessoas acusadas de integrarem o núcleo crucial do planejamento da trama golpista. Após o recebimento da ação, testemunhas foram ouvidas nas últimas semanas. Entre elas, estiveram nomes como os ex-comandantes do Exército, o general Marco Antônio Freire Gomes, e da Aeronáutica, o tenente-brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Junior.
Além deles, também falaram o vice-presidente da gestão Bolsonaro, o hoje senador Hamilton Mourão (Republicados-RS), e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.
Finalizados os interrogatórios dos envolvidos nesta semana, o ministro Alexandre de Moraes novamente irá abrir um prazo para que acusação e defesas se posicionem no processo, para as chamadas alegações finais.
Essa será a última fase do processo antes do julgamento, que será realizado com a leitura do relatório pelo ministro Alexandre de Moraes, além do seu voto e dos outros quatro integrantes da Turma, os ministros Flávio Dino, Luiz Fux, Cristiano Zanin e Cármen Lúcia, pela condenação ou absolvição dos réus.