Repórter de macroeconomia
Publicado em 27 de abril de 2024 às 12h40.
A Agrishow 2024, maior feira do setor agro no Brasil, começa na segunda-feira, 29, com destaque para o avanço da tecnologia e um aumento no número de expositores, que chegará a 800, 100 a mais que no ano ado.
O encontro deve receber mais de 195 mil pessoas ao longo da semana, segundo os organizadores. Em 2023, foram registrados R$ 13,2 bilhões em negócios iniciados na feira, e a expectativa é que o patamar se repita neste ano.
Empresas de diversos setores levarão novidades, como os de máquinas agrícolas, armazenagem, fertilizantes, irrigação, sementes, comunicações e softwares. O destaque deve ficar para novas ferramentas que aumentam o uso de tecnologia no campo, como colheitadeiras que usam sistemas para operar de forma automatizada, incluindo uso de IA e aprendizado de máquina.
A Agrishow terá um espaço dedicado a startups de tecnologia para o setor, chamado Agrishow Labs, com palestras e debates todos os dias sobre temas como IA, conectividade e engenharia genética.
A Case, por exemplo, levará ao evento uma nova colheitadeira, a Axial-Flow Série 160 Automation, com um sistema que utiliza aprendizado de máquina e faz 90% das operações sem que o condutor precise intervir, segundo a empresa. As decisões do sistema são baseadas nas informações de 12 sensores, como câmeras que avaliam o fluxo de grãos. O modelo pode ser conectado à internet para acompanhamento remoto, mas o sistema de regulagem funciona mesmo sem conexão.
"A agricultura digital vai ser a novidade do setor na feira. A cada ano que a tem mais coisas. Diferente da parte mecânica, os softwares são um negócio que você consegue desenvolver com mais rapidez", aponta Pedro Estevão Bastos, presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas da Abimaq.
"A Agrishow é a principal feira do ano para nossa marca de agricultura digital. Esta será a edição que levaremos o maior número de lançamento para o evento, com três novas soluções dentro da nossa plataforma. A expectativa é a melhor possível", diz Almir Araujo, diretor de Digital e Novos Modelos de Negócio da Basf América Latina. "A tecnologia já é uma grande aliada do agricultor brasileiro, mas ainda temos muito espaço para crescimento deste segmento", avalia.
Os fornecedores de produtos para o agro vivem um momento de adequação após o boom do começo da década. Em 2022, a venda de máquinas agrícolas, por exemplo, atingiu 70.262 unidades, segundo dados da Anfavea. Antes da pandemia, em 2019, o volume anual foi quase a metade disso: 38.728. Em 2023, com queda de 13,2%, foram vendidas 60.981 unidades. Com isso, mesmo com a queda, o patamar de vendas segue acima do registrado nos anos pré-pandemia.
Bastos espera uma queda de 15% no mercado de máquinas este ano, por causa de questões como a seca que atingiu partes do país e queda na rentabilidade dos produtores, já que o preço das commodities segue mais controlado.
O evento será realizado em Ribeirão Preto, no interior de Sâo Paulo, de 29 de abril até 3 de maio, das 8h às 18h.
A entrada do evento fica na rodovia Prefeito Antônio Duarte Nogueira, Km 321. Os ingressos custam R$ 70 por dia, na compra online, e R$ 120 na bilheteria local.